Por Carol Szabadkai
Depois de um longo e gelado inverno, começa a primavera na Hungria.
Tudo renasce, até mesmo nossa paz interior. As flores começam a brotar: tulipas, cerejeiras, violetas – essas brotam como mato nos quintais, sem cuidado nenhum, e salpicam a grama verde com o seu roxo delicado… Nessa época do ano, a natureza apresenta a delicadeza de um bebê.
As pessoas usam um casaco leve, mas algumas arriscam-se a usar apenas uma camiseta. O ar ainda é geladinho quando bate um vento, mas todos estão ansiosos para sentir o sol e seu abraço quente. Não que ele não apareça no inverno, mas acena de muito longe com seus raios, só agora podemos ter contato com o calor.
Os dias começam a ficar mais longos e depois do trabalho conseguimos apreciar um passeio de bicicleta com as crianças. A praça central fica lotada de pessoas sentadas conversando: nos bancos, nas escadas, no chão e nos cafés por volta. As crianças correm, pedalam, passam de patins e skate.
Ao fundo, temos uma trilha sonora. Não é apenas nos filmes que as ruas europeias soam violino! Violino, violão, harmônica… Qualquer pessoa pode pegar seu instrumento e fazer um showzinho pela cidade. O ar é pura música, cheiro de flor e aconchego de sol.
E nesse ambiente eu sempre volto a me apaixonar pela vida que tenho, nesse lugar tão distante de onde nasci e que me ensinou o significado da saudade. Com a Hungria também aprendi outros significados, aprendi a dar valor a coisas simples, como o calor, depois do frio, a luz, depois da escuridão… Aqui vemos famílias passear e brincar com os filhos no final da tarde, pois são lembradas de que o sol não está sempre lá, convidando a um “happy hour”.
Como não ser grata ao duro inverno, depois que nos faz enxergar essa beleza toda? Faz-me pensar que as vezes é muito bom passar por um período mais difícil, para nos lembrar de que devemos apreciar as primaveras da vida.
Gilmara Peterle
27/04/2015
Carol, seu texto veio a mim como bálsamo! Abs!
Carol
27/04/2015
Que bom, Gilmara! Que esse clima de primavera contagie! 🙂 Beijos!
Aryane
28/04/2015
Nossa, Carol, que texto delicioso de ler! Às vezes reclamamos de períodos difíceis (o que é normal), mas depois sempre vem coisa boa! Sempre! ❤
Carol
28/04/2015
Que bom que gostou, Ary! Sim, dizem que nos melhores países para se viver é onde tem maior número de suicídios… Consigo imaginar que uma vida muito “tranquila” pode ser até chata… Claro, ninguém gosta de períodos difíceis, mas dá um certo valor à tranquilidade, assim como a chuva depois da seca ou o sol depois de dias de chuva… É um bom pensamento para se manter em mente e não enlouquecer enquanto se passa por algo difícil: aguenta firme que vem a primavera! 😉 Beijão, querida!
Flávia da Frota Cavalcanti
06/05/2015
Sensacional! Apreciar as primaveras da vida… isso nos mostra o valor dos dias escuros e traz uma certa tranquilidade no desespero, tudo passa…
Carol, você conseguiu me levar numa viagem à Hungria com tudo o que aprecio: a simplicidade de passear pelas ruas, o clima ameno e a música de qualidade. Parabéns, você sempre nos encantando com seus escritos! Grande beijo de sua leitora-fã do Amazonas.
Carol
08/05/2015
Querida, que bom que gostou! Um grande beijo para minha leitora preferida do Amazonas! 🙂
Tânia Barroso
07/05/2015
Carol, sua crônica sempre doce e suave nos traz boas sensações. Obrigada.
Carol
08/05/2015
Obrigada pelas carinhosas palavras, Tânia! Beijos!
Luana Araújo
02/09/2015
Carol, li apenas dois de seus textos e já me sinto puramente encantada, não consigo para de lê-los… adoro! ❤
Carol
23/09/2015
Luana, é muito bom saber disso! Obrigada, querida! Grande beijo!